sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Semana da Ciência e Tecnologia


<><>De 20 a 26 de outubro neste ano, no Brasil, ocorre Semana de Ciência e Tecnologia. Evento que já está se tornando tradicional no Brasil - acontece desde 2004 - tem a cada ano aumentado o público e as ações em instituições e escolas. Em 2007, por exemplo, foram realizadas quase dez mil atividades, em cerca de 400 cidades e com a participação de aproximadamente 1, 4 mil instituições de ensino e pesquisa e entidades diversas.
<><>Os objetivos, segundo a página do evento, são mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Pretende também chamar a atenção em relação à importância dela para a vida de cada um e para o desenvolvimento do país. Desta maneira, ela visa contribuir para que a população possa conhecer e discutir os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas e suas aplicações.
<><>A coordenação geral da semana é de responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Departamento de Popularização e Difusão de C&T da Secretaria de C&T para a Inclusão Social. No entanto, para a organização e a realização dela, contam com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à C&T de cada canto do País. Os eventos são gratuitos e abertos a comunidade em geral.
<><>Este ano, em virtude das eleições deste domingo, a Semana de Ciência e Tecnologia será em novembro de 3 a 11 de novembro. O Memória também participará não só nas visitas às escolas, mas no domingo (dia 9), quando iremos ao Parque Farroupilha.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mês das Crianças (parte II)


<><>No último domingo comemorou-se no Brasil o dia da criança. Já falei sobre a criação da data em outra ocasião, hoje gostaria de me deter em outros aspectos dela atualmente. Especialmente no que significa ser criança.
<><>Há alguns anos, criança era um adulto em miniatura. As roupas e os brinquedos revertiam para as funções delegadas aos pequenos no futuro. No entanto, atualmente, estas coisas mudaram bastante. Não que muitas brincadeiras tenha perdido seu brilho e seu encantamento. Pelo contrário, o pião, a amarelinha e pipa ainda são maravilhosos entretenimentos. Contudo, hoje, ser criança é um mundo, com teorias, implicações e necessidades próprias dele.
Já ouvi diversas vezes que criança é complicada, que elas são complexas e difíceis de entender. Porém, tenho para mim, que somos nós, adultos, quem complicamos as coisas. Para os pequenos o mundo é mais simples. Se machucou, pede desculpa (ou nem pede), esquece e brinca junto daqui a meia hora. Faz amigos com facilidade e conta de sua própria vida, sem receios, sem refletir antes. São imaturas, inocentes (na maior parte das vezes) e dizem realmente o que pensam, nisso está seu encanto e sua diferença em relação à nossa percepção da vida.
<><>A infância é a fase da vida que as pessoas em geral mais lembram. Isso mesmo que ela tenha sido difícil e um pouco triste. Mesmo que a vida melhore com o decorrer do tempo, os anos áureos da infância continuam a fazer parte da memória. Acho que é porque na mente da criança é criado um mundo à parte, em que a fantasia se confunde com a realidade e em que todos os problemas se resolvem com simplicidade. Os anos passam e não nos lembramos como as coisas “realmente eram”, mas como na nossas cabeças elas funcionavam.
<><>Domingo estivemos no Criança na Avenida na Cristóvão Colombo. Durante a manhã recebemos uma visita inusitada, a filha, o genro e o neto do Chefia. Eu ainda não os conhecia, mas já havia ouvido falar muito deles, especialmente do neto, Felipe, colírio dos olhos do avô. Acima foto dos três (Chefia, filha e neto) em homenagem a esta linda família.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Retificação

<><> Régulo Franquine Ferrari, arquiteto e Técnico da Gerência de Projetos Estratégicos de Transporte da EPTC (Empresa Pública de Transporte Coletivo), avisou-me de um erro em meu texto, postado aqui, sobre os trolleybus. Segundo ele, trolley na verdade é o nome da conexão com rodinhas do varão com o fio. Designa também qualquer pequeno carrinho que ande sobre roldanas, e é uma palavra usada em equipamentos de engenharia. Eu havia colocado que o nome referia-se ao nome do bonde nos Estados Unidos, Trolley (elétrico).
<><> Obrigada, Régulo, pela correção.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escolas Infantis




<><>Quando comecei a trabalhar no Memória um dos meus desafios eram as escolas infantis. Não que eu não gostasse de crianças, pelo contrário, mas a dificuldade era saber o que falar para os pequenos. Nesta idade, elas ainda não desenvolveram a capacidade de escutar e realmente não conseguem se deter em nada que ultrapasse cinco ou dez minutos. E isso, imagino, já é um grande sacrifício.
<><>Até a época do colégio, os pequenos se distraem com qualquer coisa. Com o calor ou com o frio, com a borboleta e com a formiga. Qual a solução? A minha foi falar o mínimo, dar ênfase nas palavras novas, como bonde, e deixar eles verem o que há no museu. A frustração deles é o fato de não poderem tocar nos objetos. Onde já se viu (devem pensar)? Teve uma vez que vi um deles comentar com o colega que depois a gente tiraria “os vidros” para eles brincarem com as coisas. Imagina!
<><>Quanto maior a idade, mais se pode falar e com mais ênfase nos detalhes, no relatar da história. Até uma certa fase tudo é lúdico e se encaixa perfeitamente no universo da fantasia construído em suas mentes. Como percebi estas coisas? Pela experiência, por olhar para eles e perceber suas reações. O que descobri há umas duas semanas é que Piaget, um dos maiores nomes da psicologia, desenvolveu suas teorias exatamente desta maneira: observando o comportamento dos filhos. Segundo ele, existem quatro fases no desenvolvimento das crianças: o sensório-motor (zero a dois anos), o pré-operatório (dois a sete anos), operações concretas (sete a doze) e o estágio das operações concretas. Na segunda fase, onde estão a maior parte das crianças nas Escolas Infantis, já se desenvolveu a capacidade simbólica de entender a palavra e relacionar com o objeto, mas ainda são egocêntricas, de acordo com ele, pois procuram somente satisfazer seus desejos (comer, dormir, etc).
<><>Na Psicologia tendo a concordar mais com Vigotsky do que com Piaget, mas falarei disso em outro momento. Por enquanto, fica o convite para domingo, Dia das Crianças, quando o Memória estará no Criança na Avenida, na Cristóvão Colombo.
<><> Acima, novamente foto dentro do Memória na Escola Infantil Negrinho do Pastoreio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ilhas de Porto Alegre




<><>Esta semana só realizamos visita na segunda-feira, pois estamos com um pequeno problema técnico. Fomos na Ilha da Pintada, na Escola Estadual José Mabilde. Foi a primeira vez que estive na localidade. Ano passado, já havia visitado a Ilha das Flores (escrevi sobre isso, aqui), onde pude conhecer várias crianças que convivem com uma realidade diversa da que estamos acostumados. Ali, boa parte dos pequenos já trabalha na reciclagem do lixo e ajuda no sustento de suas casas.
<><>Engana-se quem pensa que por isso elas se sentem inferiores, pelo contrário, pude encontrar, nas que conversei, um olhar de maturidade (talvez pelo trabalhar cedo), mas alegre, feliz e contagiante. Na outra ocasião, inclusive, fiz alguns amiguinhos que ficaram algum tempo conversando comigo. Eu realmente gosto de fazer isso e pergunto sobre suas famílias, seus amigos e sobre o trabalho que realizam. Lembro que na Ilha das Flores fiquei admirada com um menino que com onze anos já havia trabalhado em três locais e ainda sentia-se responsável pela mãe e irmã. No final, nos abraçamos e eu expressei a ele minha alegria em conhecê-lo.
<><>Na Ilha da Pintada, a realidade não é a mesma. O local é mais estruturado, com linhas de ônibus e um belíssimo posto de saúde. As crianças que conheci não trabalham desde cedo e moram relativamente perto da escola. Inclusive, algumas me convidaram para visitar suas casas. No horário de almoço, pude caminhar no local e observar a bela imagem que se tem da cidade às margens do Guaíba. Ali há muitas famílias que vivem da pesca e existem vários restaurantes que têm como prato principal peixe assado (famosa tainha). Lá também fiz alguns amiguinhos com quem conversei. Um deles até deu-me um saquinho com amoras deliciosas. Quando ele levou o irmão relatou, ponto a ponto, a história que havia ouvido mostrando, inclusive, as fotos para ilustrar.
<><>Semana passada, visitamos duas escolas infantis (de zero a seis anos), Criança Esperança e Escola Infantil Negrinho do Patoreio. A primeira enviou-me algumas fotos como lembrança de nossa visita. Uma delas está colocada logo acima. Domingo vamos ao Criança na Avenida, na Cristóvão Colombo. Na próxima postagem volto a falar sobre isso.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Mês das Crianças (parte I)


<><>Ontem se iniciou um mês que para nós, do Memória Carris, é muito especial: o mês das crianças. Não quero me deter aqui nas questões comerciais da data (ela surgiu em torno destas), mas no seu objeto puro e essencialmente: os pequenos. Nesta postagem, colocarei alguns dados sobre a criação da data, em outras falarei do dia a partir de outras dimensões.
<><>A criação do Dia das Crianças no Brasil foi inicialmente sugerida pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920. Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.
<><> Contudo, o Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas. A idéia das duas empresas deu tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia.
<><>A origem, portanto, é comercial, no entanto, é importantes refletirmos um pouco sobre a infância hoje e suas multidimensões. Afinal, o que é ser criança atualmente?