terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Centésima Postagem



<><> Estamos de parabéns! Esta é nossa centésima postagem com um ano e dois meses de blog na rede. Agradeço a todos os e-mails, recados e solicitações enviadas. Que o ano que vem seja de maior crescimento e alegria para todos nós. Desejo a todos um feliz natal e um ano novo de muita alegria. Dia 08 de janeiro estou de volta com novidades e pesquisas sobre o transporte coletivo.

Dia do Mecânico


<><>Dia 20 é comemorado o Dia do Mecânico. Na Carris, a data é relembrada todos os anos, os funcionários recebem homenagem e os parabéns que merecem. Esse ano teve o tradicional churrasco e lembranças.
<><>No dia-a-dia dos rodoviários, os mecânicos são as figuras menos vistas pela população. No entanto, são essenciais para o bom andamento do trânsito e o funcionamento do transporte coletivo. A manutenção é um dos únicos setores da Carris que funciona 24 horas por dia para que os ônibus circulem nas ruas em perfeito estado. São os trabalhadores por trás das cortinas, como já mencionei neste espaço, que trabalham todos os dias para que o espetáculo seja perfeito.
Historicamente os mecânicos estiveram presente em vários momentos na história da Companhia. Na década de 50, frente ao sucateamento dos bondes, eles desempenharam um importante papel na manutenção dos serviços prestados pela Carris. Na época a Bond & Share, empresa norte-americana, não tinha mais interesse no serviço de bondes. Assim, investimentos eram cortados visando seu sucatemeamento. O resultado foi o encampamento da empresa de bondes pela prefeitura em 1953, pelo então perfeito Ildo Menegheti.
<><>No momento em que a prefeitura assumiu a companhia havia um imenso “cemitério” de bondes, fruto do descaso com o transporte coletivo. Os mecânicos eram proibidos de consertarem os veículos. Quando um bonde estragava ia direto para o depósito. Assim, quando o poder municipal assumiu, havia somente 70 veículos funcionando e cerca de 46 estavam prestes a virar sucata.
<><>Antônio Aranha foi quem assumiu a Carris após a intervenção. Logo que pôde chamou Sarubby de São Paulo – especialista em renovação de carros - e em três meses toda frota já estava em circulação. Nada teria sido feito, contudo, sem a atuação dos mecânicos.
<><>Não só no passado, mas atualmente eles continuam sendo indispensáveis para que os serviços prestados aos passageiros se dêem em perfeita ordem. Aqui estão disponíveis fotos da manutenção na época dos bondes. Divirta-se.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Final de ano


<><>Sexta feira passada foi a última visita do Memória este ano. Fomos a uma escola infantil no bairro Higienópolis. Mais um ano passou para o museu da Carris. Um ano incomum, podemos dizer, de várias datas fechadas para a história da empresa: cem anos da inauguração dos bondes elétricos, 35 anos da sede na Albion e 135 anos da primeira viagem de bonde em Porto Alegre.
<><>Parece ser ponto comum dizer que o tempo passa rápido, que quando percebemos tudo já acabou. Isso se deve muito ao ritmo de vida que temos nas grandes cidades. A percepção de tempo torna-se acelerada, em uma velocidade em que muitas vezes não conseguimos abarcar.
<><>O mais interessante de trabalhar num local como o Memória é a diversidade de experiências. Todas as semanas visitamos escolas novas, com pessoas diferentes, em locais diversos. Isso proporciona para nós, também, uma visão nova da Capital, com seus vários bairros diversificados. Isso acaba gerando, também, esta percepção de tempo acelerada. Logo colocarei aqui um gráfico das regiões visitadas e da soma dos visitantes deste ano.
<><>Resolvi falar um pouco sobre isso hoje, por estar com esta sensação tão senso comum, atualmente. Que os dias e meses de 2008 passaram rápido demais, que eu nem percebi e já faltam duas semanas para 2009. Contudo, se formos refletir, fizemos muito neste ano, crescemos e desenvolvemos projetos. Talvez, também, por termos realizado tanto, o tempo torna-se mais curto. Creio que no próximo ano poderemos ampliar o que já temos feito com o Memória e, quem sabe, inovar em muitos aspectosa, ampliando os conhecimentos e o aprendizado. As crianças e os adolescentes, assim como a história da Carris, merecem.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Paradas de Bondes


<><>Quando falamos em bonde elétrico, boa parte das pessoas imagina que no trajeto não havia paradas e que as pessoas podiam descer e subir quando quisessem. Isso é porque a imagem que temos dos elétricos vem de filmes e novelas em que aparecem os passageiros fazendo isso livremente. Outra representação que é recorrente, mas que não se verifica em todos os casos, é os bondes como veículos abertos. Em Porto Alegre, assim como em outros estados, boa parte do tempo eles foram fechados.
<><>No início dos elétricos na Capital, as paradas eram nas esquinas o que causava evidentes transtornos. Com o passar do tempo, foram colocadas paradas nos lugares apropriados. No entanto, muitos continuavam descendo fora delas, mais perto de suas residências. Isso ocorria porque o bonde, especialmente no início, não era muito rápido (em torno de 15 km/h). Isso, evidentemente, não era aconselhável, pois os riscos de acidentes eram vários, e muitos realmente ocorreram enquanto os veículos andavam nos trilhos.
<><>As fotos que temos de paradas são muito lindas. Infelizmente, não há nenhuma colorida, mas como imagens antigas tradicionais, nos fazem pensar sobre uma porção de coisas. Quantas pessoas por ali passaram? Quantos aguardaram em certo momento seu bonde, para encontrar amigos, a namorada ou ir à escola? Quantas histórias estes lugares nos contariam se falassem? Quem são esses indivíduos anônimos que aparecem nas fotos? Como era sua vida, família, relacionamento?
<><>Mais do que a história da própria Carris, estes lugares nos relatam a trajetória de dezenas de pessoas que por ali passaram em certo momento ou muitas vezes, talvez todos o dias. É por isso que os bondes são objeto do imaginário da cidade. Eles representam a vida urbana em certo momento em Porto Alegre.
<><> Bem, me inspirei para falar das paradas porque ontem coloquei no ar, no Museu Virtual, um novo álbum das paradas de bonde e ônibus em Porto Alegre. Acima, foto do fim da linha do bonde Navegantes, em frente à escola Normal Primeiro de Maio, tema da última postagem.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Escola Primeiro de Maio


<><>Essa semana é a última de visitas do Memória este ano. A maioria das escolas já está entrando em recesso e nos colégios já podemos sentir as expectativas das férias que se aproximam. Amanhã visitamos a escola técnica Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e sexta uma instituição infantil no Higienópolis. Ontem fomos à Escola Normal Primeiro de Maio.
<><>Este colégio tem algo peculiar em relação a outras que visitamos geralmente. É uma instituição que foi tradicionalmente de meninas e tem atualmente 74 anos de história. O prédio fica na Presidente Roosevelt, no bairro Navegantes, Zona Norte de Porto Alegre. Formava, no início de sua construção, normalistas, professoras que se dedicavam ao ensino de pré à quarta série. Hoje, embora o nome da escola continue como Escola Normal Primeiro de Maio, o nome do curso mudou e se intitula Magistério.
<><>A região em torno do local, quando foi inaugurado, era caracterizada pela imigração alemã (assim como o IAPI) e por ser uma região industrial. A inauguração dos antigos trens, em 1874, dinamizou o bairro e o interligou com as cidades vizinhas. Contudo, ele me chamou a atenção por na frente dele, há algumas décadas, passar uma linha de bondes da Carris.
<><>Hoje, em frente ao colégio tem uma parada de ônibus, exatamente onde havia uma de bonde há algumas décadas. Em frente à escola transitava a linha de bondes Navegantes, que ia do bairro à Praça Senador Florêncio (Alfândega), no centro da Capital. A ligação com o Centro traria o desenvolvimento para o bairro, além de mais alternativas para a população, majoritariamente operária.
<><>Nós temos duas lindas fotos dos elétricos transitando em frente a esta escola. É um bonde modelo Worcester, que veio na última aquisição da Carris em 1946. Desses vieram 25 para a Capital, tinham capacidade para 44 passageiros e eram dos maiores, com dois trucks. Uma das fotografias que possuímos é colorida e foi doada pelo José Kieling Franco.
<><>Havia planejado levar uma das fotos para mostrar para as turmas que visitassem o Memória. No entanto, na correria acabei esquecendo, mesmo assim convidei os alunos a visitarem nossa página para visualizarem as fotos antigas de sua instituição. Uma forma de conhecer as interligações entre o passado do transporte e o de seu próprio colégio. As linhas do passado sempre se interligam, num conjunto que dá sentido ao presente.
<><>Acima foto do bonde em frente à escola.