quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mais de um século de histórias...

Na última Quinta feira, dia 30 de julho, o poeta Mario Quintana completaria 103 anos. Gaúcho de Alegrete adotou Porto Alegre para sua morada, dando início a uma relação recíproca de admiração entre a cidade e o poeta. Através do seu legado podemos perceber a forma simples e profunda da sua poesia abarcar as belezas prosaicas, que muito passam despercebidas na vida frenética da atualidade. Acompanhando de perto as mudanças da Capital, ancoradas na busca pelo progresso, Quintana sempre se posicionou resistente as reformas que iam, pouco a pouco, transformando a simplicidade da cidade pequena, para complexa metrópole.

Mario Quintana era um apaixonado por bondes, assim como muitos porto-alegrenses. Embaralhada num sentimento nostálgico, sua poesia demonstra que os Elétricos ficarão eternizados no imaginário da cidade. Através das lembranças daqueles que conviveram com esse meio de locomoção, os bondes estabelecem sua permanência. Mais do que uma forma de se transportar, estes veículos, que trafegaram pelas ruas de Porto Alegre por quase um século, marcaram trajetórias de vida.

Assim como Quintana, outros literatos, cronistas e compositores demonstram, através de suas obras, a representação dos Elétricos para os porto-alegrenses. Histórias e memórias que se perpetuam entre as diferentes gerações. Embora nosso poeta não esteja mais entre nós para festejar seu aniversário, a data é comemorada. O patrono da Casa de Cultura Mario Quintana foi homenageado na semana passada com uma programação especial que demonstra a imortalidade de sua obra.

Meu bonde passa pelo mercado

O que há de bom mesmo não está à venda,
O que há de bom não custa nada.
Este momento é a flor da eternidade!
Minha alegria aguda até o grito...
Não essa alegria alvar das novelas baratas,
Pois minha alegria inclui também minha tristeza

Tristeza...
Meu companheiro de viagens, sabes?
Todos os bondes vão para o Infinito!

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