quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Machado de Assis na Gazeta de Notícias



 
Enciclopédia Nosso Século (Editora Abril Cultural, S.Paulo, 1980, vol. I):
Ocorreu-me compôr umas certas regras para uso dos que frequentam os bonds.
O desenvolvimento que tem tido entre nós este meio de locomoção, essencialmente democratico, exige que elle não seja deixado ao puro capricho dos passageiros. Não posso dar aqui mais do que alguns extractos do meu traalho; basta saber que tem nada menos de setenta artigos. Vão apenas dez.

Art. I - Dos Encatarrhoados - Os encatarrhoados podem entrar nos bonds, com a condição de não tossirem mais de trez vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro.
Quando a tosse for tão teimosa que não permita esta limitação, os encatarrhoados têem dous alvitres: - ou irem a pé, que é bom exercicio, ou metterem-se na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue.
Os encatarrhoados que estiverem nas extremidades dos bancos devem escarrar para o lado da rua, em vez de o fazerem no proprio bond, salvo caso de aposta, preceito religioso ou maçonico, vocação etc., etc.

Art. II - Da Posição Das Pernas - As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do mesmo banco. Não se prohibem formalmente as pernas abertas, mas com a condição de pagar os outros lugares, e fazel-os occupar por meninas pobres ou viuvas desvalidas mediante uma pequena gratificação.

Art. III - Da Leitura Dos Jornaes - Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéos; também não é bonito encostal-o no passageiro da frente.

Art. IV - Dos Quebra-Queixos - É permitido o uso dos quebra-queixos em duas circumstancias: - a primeira quando não for ninguem no bond, e a segunda ao descer.

Art. V - Dos Amoladores - Toda a pessoa que sentir necessidade de contar os seus negocios intimos, sem interesse para ninguem, deve primeiro indagar do passageiro escolhido para uma tal confidencia, se elle é assaz christão e resignado. No caso affirmativo, perguntar-lhe-ha se prefere a narração ou uma descarga de ponta-pés; a pessoa deve immediatamente pespegal-os.
No caso, aliás extraordinario e quasi absurdo, de que o passageiro prefira a narração, o proponente deve fazel-a minuciosamente, carregando muito nas circumstancias mais triviaes, repetindo os dictos, pisando e repisando as cousas, de modo que o paciente jure aos seus deuses não cair em outra.

Art. VI - Dos Perdigotos - Reserva-se o banco da frente para a emissão dos perdigotos, salvo as occasiões em que a chuva obriga a mudar a posição do banco. Tambem podem emittir-se na plataforma de traz, indo o passageiro ao pé do conductor, e a cara voltada para a rua.
Art. VII - Das Conversas - Quando duas pessoas, sentadas a distancia, quizerem dizer alguma cousa em voz alta, terão cuidado de não gastar mais de quinze ou vinte palavras, e, em todo o caso, sem allusões maliciosas, principalmente se houver senhoras.

Art. VIII - Das Pessoas Com Morrinha - As pessoas que tiverem morrinha podem participar dos bonds indirectamente: ficando na calçada, e vendo-os passar de um lado para outro. Será melhor que morem em rua por onde elles passem, porque então podem vel-os mesmo da janella.

Art. IX - Da Passagem Às Senhoras - Quando alguma senhora entrar, deve o passageiro da ponta levantar-se e dar passagem, não só porque é incommodo para elle ficar sentado, apertando as pernas, como porque é uma grande má criação.

Art. X - Do Pagamento - Quando o passageiro estiver ao pé de um conhecido, e, ao vir o conductor receber as passagens, notar que o conhecido procura o dinheiro com certa vagareza ou difficuldade, deve immediatamente pagar por elle: é evidente que, se elle quizesse pagar, teria tirado o dinheiro mais depressa.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Porto Alegre se ilumina: a eletricidade e os Bondes




     As primeiras experiências com eletricidade e a iluminação aconteceram em Porto Alegre em 1895, com a inaguração da usina termoelétrica da Companhia Fiat Lux. Esta téconologia porém, era um privilégio de poucos devido a seu alto custo. Somente com a eleição de José Montaury de Aguias Leitão, em 1896, é que esta situação começa a se alterar.
      Em 1906, a Companhia Carris de Ferro uniu-se a Carris Urbanos com a denominação de Companhia Força e Luz Porto Alegrense, com o objetivo de implantar o serviço de tração elétrica, substituindo os velhos bondinhos puxados por parelhas de muares. A companhia fica responsável também pelo fornecimento de energia para toda a capital.
     Em 1908 o bonde tracionado a mula já estava completamente ultrapassado. Além de lentos e carregando um número bastante limitado de passageiros, a sujeira das mulas traziam uma série de transtornos na cidade. A 8 de março de 1908 entra em funcionamento o primeiro veículo elétrico na capital que atendia a linha Menino Deus, saindo do Prédio da Carris na Av. Redenção (atual Av. João Pessoa) e tendo como fim da linha o Arraial do Menino Deus (atual Av. Getúlio Vargas). O trajeto da primeira linha de bondes a mula também foi o primeiro do Bonde elétrico.
     Porém a novidade tecnológica trouxe novos problemas a cidade. Os antigos isoladores elétricos eram deficientes e causavam sérias interferências no sistema de telefonia da capital.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

As Linhas Transversais


Na década de 70 a Carris já tinha abandonado os bondes e investia no serviço de ônibus. E foi com este propósito – qualificar o sistema de transporte coletivo da cidade – que foram implementadas as primeiras linhas transversais.
O projeto das transversais foi idealizado pela Empresa Brasileira de Planejamento e Transportes (GEIPOT) que, juntamente com o GERM (Grupo Executivo da Região Metropolitana), fez uma análise da situação do transporte público urbano. A conclusão foi a de que, em Porto Alegre, 60% dos usuários de ônibus estavam na região central porque não havia outra maneira de chegarem a seu destino sem passar pelo centro.
A Secretaria Municipal de Transportes de Porto Alegre (SMT) lançou o projeto para as empresas de transporte coletivo, sendo a Carris a única a demonstrar interesse. Dessa forma, a empresa compra 30 ônibus que são divididos em 4 linhas. O trajeto do T4 era o mesmo da linha 89 – Perimetral Parque Lavoura, apenas mudando o nome. As linhas T1, T2 e T3 foram criadas para atender as necessidades apontadas pelos estudos.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do então prefeito Guilherme Socias Villela e de outras autoridades, fazendo a volta inaugural do percurso da linha T1 no dia 06 de fevereiro de 1976, partindo da Praça Espanha, terminal do T1.
 O sucesso da iniciativa fez com que, nos anos posteriores, novas linhas transversais tenham sido criadas, atendendo a outros bairros e estendendo ainda mais o alcance dos benefícios de um sistema de transporte bem articulado e sintonizado com as necessidades dos cidadãos.  




Atualmente a Carris conta com mais de 11 linhas transversais, percorrendo a cidade de Porto Alegre e transportando com agilidade e rapidez a população.( A esquerda a linha T5 nos anos 90, e abaixo nos anos 2000 repare a diferença).

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A Mais Bela Transviária


Entrevista publicada no “Tranviário” em Outubro de 1962.

Entrevistamos a Srta. Maria Rosa Vecchio, vencedora do concurso “A Mais Bela Tranviária”, promoção vitoriosa do sindicato. A Maria Rosa Vecchio é Datilo- calculista dos escritórios da companhia há 8 anos. Tem olhos castanhos claros e gosta de conversar. Para dar aos nossos leitores que não a conhecem uma visão de sua personalidade fizemos-lhe algumas perguntas:

Repórter: Diga-nos alguma coisa sobre sua vitória.
Maria Rosa: Em primeiro lugar quero agradecer a todos meus colegas tranviários em geral e aos srs. Diretores da Cia. Carris que colaboraram na compra de votos. Sobre minha vitória, fiquei emocionada, pois não esperava ganhar. Entrei no concurso a convite dos colegas e espero não decepciona-los, pois para mim, é uma honra pertencer e representar esta classe.

Repórter: Prefere música popular ou música clássica?
Maria Rosa:Gosto das duas igualmente.

Repórter: Qual seu cantor preferido?
Maria Rosa: Meus cantores prediletos são Mário Lanza, Francisco Égidio, Frank Sinatra e Orlando Silva.

Repórter: Gosta de dançar?
Maria Rosa: Gosto, mas prefiro um bom filme.

Repórter: Qual seu esporte favorito?
Maria Rosa: Futebol, sou gremista.

Repórter: Que acha na interferência dos  sindicatos na política nacional?
Maria Rosa: Dependendo dos homens que dirigem os sindicatos não vejo o porque de não opinarem junto ao governo, nas questões que digam respeito às classes sindicalizadas.

Repórter: É a favor ou contra a invasão de Cuba pelos norte americanos?
Maria Rosa: Julgo que todos os povos do mundo gostam de viver em liberdade. Acho, pois, que também os cubanos gostariam de viver sem interferência de quem quer que fosse.

A Sra. Maria Rosa ganhou da Secretaria do Trabalho uma viagem ao Rio de Janeiro, com um acompanhante. A questão do acompanhante provocou viva expectativa entre seus colegas dos Escritórios e o repórter, curioso, procurou o gesto de entrar no assunto.
Repórter: Já conhece o Rio de Janeiro? Gosta dele?
Maria Rosa: Não conheço e estou ansiosa para vê-lo.

Repórter: Quem irá acompanha-la ao Rio?
Maria Rosa: Minha mãe me fará companhia.

O Tranviário felicita o sindicato por mais esta iniciativa triunfante e dá os parabéns à “Mais Bela Tranviária” e felicita por ter escolhido mais uma flor na sua preciosa existência, no dia 10 deste mês.

A Carris, além deste concurso promoveu outros envolvendo a beleza e a elegância de suas funcionárias, não só beleza mas o que acham de fazermos um concurso pra divulgar nossos talentos? Atrás das roletas, voltantes, oficinas, escritórios, podem estar muitos talentos assim como o Lupicinio Rodrigues que trabalhou nas oficinas da   Carris.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Uma Pequena Visita a Carris

Saiu no " O Volante" (jornal de circulação interna da Carris) em Maio de 99 .

A Reportagem contou a história de um menino apaixonado por ônibus, e sobre a história do transporte.
Essa é a história de Cícero Veiga Porto na época com apenas 5 anos.

Confira um trecho da reportagem na integra:
"Quando falamos em colecionadores pensamos em vários itens: moedas, selos, pedras, enfim tudo menos ônibus! Mas eles também fazem parte da paixão de muitas pessoas que acabam colecionando réplicas, maquetes e fotos dos tão adorados veículos do transporte coletivo. Cícero Veiga de Oliveira Porto, de cinco anos, filho do proprietário da Nortran, Cláudio Porto, é um destes admiradores que acompanham a trajetória e as novidades desta área. Apesar da pouca idade. deixou os "anfitriões" da Carris de cabelo em pé com a quantidade de informações a respeito dos vários modelos de ônibus que a Carris tem". ( Ao lado Cícero no interior do ônibus Memória)


Olha que legal, uma criança tão jovem já interessada por este assunto tão importante e tão desvalorizado pela população, a história de uma companhia de ônibus como a Carris esta entrelaçada com o desenvolvimento da cidade, que cresceu em volta dos trilhos dos saudosos bondes. Foi comentado também que Cícero, não foi influenciado pela família a ter esta paixão, inclusive isso fica evidenciado através de desenhos escolares, brincadeiras e até mesmo do aniversário do menino que girou em torno da temática dos bondes. ( Ao lado imagem de um dos desenhos de Cícero)




A reportagem também informou que a Carris é alvo de cartas de muitos apaixonados e admiradores da empresa, inclusive pessoas que residem fora de Porto Alegre até mesmo do Rio Grande do Sul.
 Abaixo confira um destes relatos:

"Ouvi falar muito bem de vocês. Aqui em São José tenho amigos que não são ligados no mundo dos ônibus e foram para Porto Alegre. Eles circularam num Carris e gostaram dos ônibus, que são carros limpos, conservados e pontuais nos horários. Além disso, os funcionários são educados e atenciosos".
Rodolfo Francisco Alves - São José dos Campos - SP




O trabalho da Carris, é muito admirado tanto em Porto Alegre quanto no Brasil, desejamos que a Cia Carris atenda ainda com excelência por muitos e muitos anos a população.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Maxambomba






O primeiro meio de transporte coletivo em Porto Alegre a trafegar sobre trilhos de madeira. Alguns registros indicam que era movida a vapor, outros à tração animal.Os trilhos eram de madeira, e muito irregulares como podemos perceber na imagem.
(A esquerda foto da linha do Menino Deus, ao fundo antiga Capela do Menino Deus)

 Sobre as dificuldades desses primeiros veículos escreve o cronista Aquiles Porto Alegre:
 Quando chegava o carro ao fim da linha, com aquele rosário de reclames, era certo, um ou outro passageiro já havia posto carga ao mar e entrava em casa mais morto que vivo. Doía-lhe o corpo todo desde os pés à cabeça como se houvesse levado uma camaçada de pau.
(Achylles Porto Alegre, História Popular de Porto Alegre. Porto Alegre: Unidade Editorial, 1994)

Infelizmente não se tem nenhum registro fotográfico conhecido da Maxambomba. A única imagem é desta Charge do Jornal satírico "O Século" em uma edição de 1866 e no qual o Chargista Miguel de Verna satiriza dizendo que "É preciso ser marinheiro de longo curso para não deitar carga ao mar".





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Força e Luz




O clube foi oficialmente fundado por José Macedo Jardim, Álvaro Britto, Honorino Passos, Salvador Crozitti, Rosendo Rosa, Bruno Borde, Christph Walter Miller, Carlos De Lorenzi, Dr. Ernesto John Aldsworth, entre outros, funcionários da Carris e da CEERG, em 08.09.1921. Nestes primeiros tempos seu campo localizava-se na rua da Glória. Logo, porém, o clube mudou-se para um campo na avenida Teresópolis. Com a unificação do futebol gaúcho, em 1923, o Força e Luz ingressou na 2ª divisão da APAD, ganhando o campeonato deste ano. No ano seguinte, disputou a Série A da 2ª Divisão, sendo vice no 1º quadro e campeão nos 2º e 3º quadros. Com o fim da 2ª Divisão da APAD em 1925, e o surgimento da APAF, o Força e Luz manteve-se fora das duas entidades, ausentando-se de competições oficiais por alguns anos. Em 1929 o Força e Luz arrendou a Chácara das Camélias, campo do Porto Alegre. No ano seguinte abandonou a APAD e ingressou na AMGEA, disputando a Série B e conseguindo o acesso para a temporada seguinte. Em 1931, além de disputar a Série A, o clube mudou-se para o campo da rua Arlindo. Em 1932, contando com onze filiados, a AMGEA formou novamente duas séries, ficando o Força e Luz na Série B. Com a desistência dos demais participantes desta série, o Força e Luz foi proclamado campeão, e classificou-se para disputar com o São José, último colocado da Série A, uma vaga no campeonato seguinte, mas perdeu a série de melhor de três partidas. Em 1934 o Força e Luz voltou a disputar o campeonato, com a extinção da Série B. Em 14.04.1935 inaugurou o Estádio da Timbaúva, perdendo para o Internacional por 5x1. Na Timbaúva foi disputada a primeira partida de campeonato brasileiro (de seleções) no Rio Grande do Sul. Obrigado a mudar de nome, durante a década de 1940, chamou-se Rio Branco e Corinthians. No início de 1959 o clube fechou as portas do departamento de futebol. Em 1972 voltou a jogar profissionalmente, disputando a 2ª divisão e a Copa Governador do Estado.


O Nome Corinthians:

Em 25.09.1947 o Conselho Deliberativo do Força e Luz reuniu-se, e supreendendo a todos, decidiu alterar o nome do clube para Esporte Clube Corinthians Porto-Alegrense.

O novo nome teve 13 votos a favor, 7 contra e 3 votos em branco.

Álvaro Silveira
, histórico dirigente do clube, e um dos responsáveis pela aquisição do estádio da Timbaúva, denunciou na imprensa que o nome do clube havia sido vendido. Segundo ele, o clube passava por dificuldades financeiras, e o presidente cedeu à oferta de um grupo de paulistas recém-chegados à capital, que prometeram auxiliar o clube financeiramente, se alterasse o nome.
O presidente do Força e Luz atacou Álvaro Silveira, dizendo que o mesmo não pagava mensalidade do clube há vários meses, e mesmo assim continuava fazendo parte do Conselho Deliberativo. A imprensa, em geral, não via com bons olhos a mudança, e continuou chamando o clube de Força e Luz por mais um tempo. Mais tarde, o clube voltaria ao nome Força e Luz.Em 2006, logo após vender a Timbaúva para o grupo Zaffari, o clube oficializou à FGF sua extinção.

O Força e Luz que disputa campeonatos de categorias de base tem sua sede em Taquara, e é uma associação de empresários com o Taquarense.

As cores são azul e amarelo, e o escudo é uma bola de futebol.

Jogadores famosos:
Dois craques do Grêmio Esportivo Força e Luz despontaram: o ponta-direita Dorval (à direita), vendido depois para o Santos de Pelé onde se sagraria bicampeão do mundo em 1962 e 1963, e (à esquerda) Airton Ferreira da Silva, zagueiro que o Grêmio comprou em 1954 por 50 mil cruzeiros e 10 degraus de arquibancadas. Isso mesmo: um pavilhão de arquibancada do antigo estádio da Baixada. Um dos melhores jogadores do Grêmio de todos os tempos, o zagueiro carregou para sempre no apelido de Airton Pavilhão a marca do insólito negócio.





terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Experiência com Tróleibus

No ano de 1953 , o então Prefeito de Porto Alegre Ildo Meneghetti determinou que  a Carris estudasse uma maneira de melhorar o serviço de transporte coletivo.
A Carris era a concessionária do transporte coletivo urbano, possuindo 144 bondes dos quais 40 teriam que ser desativados e 98% dos ônibus em tráfego na cidade além de serem importados eram movidos a gasolina e nessa época não havia grande auto-suficiência nas refinarias de Petróleo nacionais.
Em agosto técnicos da Carris estudavam uma maneira de melhorar o atendimento do transporte, visto que os bondes já não eram fabricados dificultando a manutenção dos que estavam em operação. Depois de algumas viagens e pesquisas foi escolhido o "Tróleibus" (o ônibus elétrico), como veículo ideal. Após essa escolha foi decidido que Porto Alegre seria dividida em dois eixos: Zona Norte - Serviço de Bondes e Zona Sul - Tróleibus.
No dia 9 de novembro de 1954 foi aberta a concorrência para a aquisição de uma frota de 100 ônibus elétricos, participaram 14 firmas e a que  venceu foi: MARMON HERRIGTON CO. INC. ,     de Indiana, EUA.
Depois de 7 anos de espera para resolver problemas de importação, a Carris já havia gasto muito com a implantação das vias Aéreas para a circulação dos veículos, e como um grupo de empresas de SP estavam produzindo a título de experiência, Tróleibus, em 1962 a Carris adquiriu 5 unidades as quais começaram operar na linha Menino Deus e após na Linha Gasometro em 1963 foram compradas mais 4 unidades já usadas, operando até 1969. Neste ano os primeiros ônibus foram vendidos para Araraquara, SP e os últimos foram desmontados e transformados em sucata.







Retirado de um relatório que encontramos em nosso acervo abaixo os motivos pela desativação do serviço:

Os motivos da extinção do serviço de ônibus elétricos em Porto Alegre, deveram-se, entre outros, a:
A) os carros tinham defeitos de fabricação nos freios e alavancas de tomada de corrente;
B) eram fabricados para 600 volts e operavam na mesma corrente dos bondes que era de 550 volts, porém, só tarde da noite atingia esta voltagem e com isto os veículos tinham que trabalhar com os relés calçados;
C) insuficiência de veículos para atender a demanda de passageiros e com isto, perdendo a confiança do usuário.
Enquanto operaram, na Linha Menino Deus, transportaram uma média de 900 passageiros por dia e na linha Gazômetro 400.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dia da História em Quadrinhos



As primeiras histórias em quadrinhos datam da Pré-História, visto que os homens 
das cavernas já pintavam nas paredes o que lhes acontecia.
No início do século XX, contudo, foi definido o conceito de histórias em quadrinhos, 
e sua técnica começou a ser desenvolvida. 

Há vários precursores das histórias em quadrinhos, destacando-se o brasileiro Angelo Agostini, embora haja quem diga que a primeira criação surgiu com Richard Fenton Outcault, em The Yellow Kid, de 1863. Foi Outcault quem introduziu o "balão", no qual são escritas as falas dos personagens. 
Nas primeiras fases das histórias em quadrinhos, os argumentos eram apresentadas aventuras de crianças e bichinhos, com muito humor. Em 1929, as histórias em quadrinhos ganharam muita popularidade; na década de 1930, o gênero "aventura" foi incorporado às histórias. 
As histórias em quadrinhos significaram mais do que um simples divertimento. O governo americano as utilizava como armas ideológicas para elevar o moral dos soldados e do povo em época de guerra. Alguns personagens em quadrinhos se alistaram na Segunda Guerra Mundial, incentivando jovens americanos a tomar a mesma postura. O herói que mais teve presença nesse período foi o Capitão América, de Jack Kirby e Joe Simon. 
Na década de 1940, foi criado o formato das revistas em quadrinhos que se conhece até hoje, e foi assim que estas chegaram ao Brasil, nesse ano. 
Na década de 1950, as histórias em quadrinhos sofreram uma crise de identidade e foram duramente criticadas em razão de seu teor de indução em massa. Foi criado, então, um Código de Ética, mas nesses tempos de liberdade de criação e expressão reduzidas, os roteiros das histórias foram camuflados com textos aparentemente inofensivos que induziam nas entrelinhas. 
Na década de 1960, voltou com força total o gênero dos super-heróis, como o Homem-Aranha, criado por Stan Lee e Esteve Ditko. 
Nessa mesma década e a partir da década de 1970, os quadrinhos underground - com temas que abordavam o subconsciente norte-americano, as crises existenciais, os auto questionamento -, criados por Robert Crumb, fizeram e ainda fazem sucesso. 
No Brasil, vários cartunistas ganharam destaque pela criatividade: Henfil (personagens: Graúna e Zeferino), Ziraldo (personagens: Pererê e Menino Maluquinho), Péricles (personagem: O Amigo da Onça), Maurício de Sousa (personagens: Cebolinha, Mônica , Cascão ), Fernando Gonsales (personagem: Níquel Náusea), Angeli (personagem: Rebordosa), Millôr Fernandes, entre outros.



Referência: http://www.paulinas.org.br/

No ano de 2004 a Assessoria de Comunicação e Marketing da Carris organizou uma história em quadrinhos ilustrando a história da Cia Carris, o personagem central que conta a história da Cia é o "Chefia" um motorista muito antiga da Cia. que era o Motorista do ônibus Itinerante Memória Carris em nossa página do facebook confira a história na integra.