quarta-feira, 31 de julho de 2013

Prefeitura na Comunidade

No último sábado, dia 27, nossa equipe da Unidade de Documentação e Memória Carris, participou de uma nova ação da Prefeitura de Porto Alegre: o projeto "Prefeitura na Comunidade". Trata-se de um projeto que busca integrar comunidades porto-alegrenses com a Prefeitura. Várias Secretarias do Município participaram da primeira edição do projeto que ocorreu  na Lomba do Pinheiro. Nossa Unidade esteve presente com o Museu Itinerante Memória Carris. Durante a manhã estivemos na Agrovete e a tarde fomos até a Vila Mapa.O sábado estava lindo, e a participação das pessoas foi muito legal! Postamos a baixo algumas imagens desta edição do projeto. 




 Nosso "motora", Leonardo, dirigindo o Memória Carris. 


Prefeito Furtunati, Vice Sebastião Melo e comunidade na Agrovete. 



Visitantes do nosso Museu Itinerante.

Crianças tirando foto com o nosso motorneiro ma Vila Mapa. 



 Prefeito e Vice na Vila Mapa.



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Com a ajuda do Ismael Bohem

Com a ajuda de nosso colega busólogo Ismael Bohem da Silva, voluntário do Memória Carris, coletamos algumas informações sobre a história de veículos que prestam serviços importantes para a comunidade. O Ismael tem um conhecimento grande sobre este assunto, pedimos então para ele escrever  um texto falando sobre o que ele sabe sobre os veículos responsáveis por parte do transporte coletivo (catamarã, trensurb e aeromóvel) e os veículos utilizados pela Brigada Militar, e pela SAMU. Algumas das informações que nos foram passadas pelo Ismael serão reproduzidas aqui no blog.
 Veículos da Brigada Militar: De acordo com o Ismael, durante a década de 1970 a frota da Brigada Militar era composta principalmente por caminhonetes Veraneio e carros Opala. Já na década de 1980 e 1990 a Brigada também passou a utilizar veículos da Fiat como o Uno, o Prêmio, o Elba  e automóveis Chevrolet como o Kadett e a Ipanema.
SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência): Sobre estes veículos, o Ismael conta que na década de 1990 a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre utilizava para o serviço de emergência veículos da Mercedes Benz. Nos anos de 2000, entretanto, o serviço prestado pelas SAMU foi federalizado, ou seja, veículos deste tipo passaram a ser distribuídos para diferentes municípios brasileiros. A SAMU em Porto Alegre, entretanto, se diferenciava pelas cores: os veículos eram todos brancos com listas azuis, quadrados azuis e com letras brancas. 
Trensurb:  Em 1980 foi criada uma linha experimental da Trensurb que ia até Sapucaia do Sul. Foram feitos  testes com diferentes modelos de composições (trens). No ano de 1984 foi escolhida a composição da fabricante japonesa Hitachi. A operação do Trensurb, entretanto, somente iniciou no ano de 1985. De acordo com o texto do Ismael,  a composição de trens do Trensurb chegou a Porto Alegre de navio. Ocorreu uma comemoração no Centro de Porto Alegre para marcar este momento. Em 1997 o trem iniciou as viagens até a estação Unisinos, em 2000 até o Centro do município de São Leopoldo. No ano passado começaram as operações do trem nas estações Rio dos Sinos e Santo Afonso, respectivamente nos municípios de São Leopoldo e Novo Hamburgo. Está previsto até o final deste ano a inauguração da estação Novo Hamburgo, localizada na área central deste cidade.
Aeromóvel: Os "experimentos" com o aeromóvel em Porto Alegre iniciaram no ano de 1982 quando foi criada uma linha experimental. Apesar do projeto ter sido aprovado pelos responsáveis da época, a conclusão das obras necessárias ao aeromóvel foram consideras muito dispendiosas, fazendo com que o projeto não fosse levado a diante. Atualmente, uma nova linha está sendo desenvolvida integrando a Estação Aeroporto do Trensurb com o terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho. A entrega da obra está marcada para o segundo semestre de Porto Alegre.
Catamarã: O Ismael nos informou que já havia serviço de Catamarã ligando Guaíba e Porto Alegre em1899, segundo ele este serviço existiu até a década de 1960.  Após um longo período, as Catamarãs voltaram a navegar no Guaíba em 2010 em um projeto experimental. Já em 2011 as viagens foram oficialmente reabertas, atualmente a empresa de transporte Ouro e Prata é responsável por este serviço.
Bom, como podemos perceber o Ismael tem várias informações interessantes sobre os meios de transporte utilizados tanto em Porto Alegre como na região metropolitana. Por isso ele é muito importante em nosso setor, ficamos muito felizes com a presença dele aqui conosco!

Abaixo postamos uma foto do nosso colega busólogo Ismael Bohem da Silva.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

Nas férias de inverno ...

Esta é uma semana de férias para a maior parte dos estudantes porto-alegrenses. Apesar do frio e da preguiça de sair de casa, Porto Alegre oferece várias opções de lazer para estes dias de descanso. No intuito de auxiliar nossos leitores que estão de férias na "difícil" tarefa de ocupar seu tempo, apresentamos uma lista de opções de lazer baratas ou gratuitas e de qualidade que estão rolando em Porto Alegre nesta semana. Então fica a dica: colocar um agasalho a mais e sair para curtir a cidade! 
Nossa primeira dica tem a ver com enfrentar o frio com exercícios físicos. Em dias como hoje nada como pedalar no sol para espantar a "friaca". Em Porto Alegre temos o projeto "BikePoA",  as Bicicletas do Bike PoA estão disponíveis em Estações distribuídas em pontos estratégicos da cidade. Para utilizar as bicicletas, é necessário acessar o site www.movesamba.com.br/bikepoa e clicar na opção "cadastre-se". Após, clique no Menu "Passe">"Comprar Passe Bike PoA", leia as instruções de uso, confirme seu Passe Mensal e informe os dados do seu cartão de crédito. Seu passe terá o custo de R$10,00 e terá a validade de um mês. Também é possível adquirir um passe diário pelo valor de R$5,00. Para isso veja no mapa do site a localização das estações e dirija-se a uma delas para retirar a bike desejada. Ligue do seu telefone celular para o número (51)4063 7711; ouça as informações sobre regras e tarifas e digite os dados do seu cartão de crédito. O telefone usado para compra do Passe Diário deverá ser o mesmo utilizado para a liberação da bicicleta. 
Além das bicicletas, também temos várias opções culturais. Para quem gosta de cinema, por exemplo, sugerimos as salas da Casa de Cultura Mario Quintana. Nesta semana está em exibição o novo filme do diretor espanhol Pedro Almodova "Os amantes passageiros", o drama "Ferrugem e ossos", o documentário "Elena" e o filme "Artigas-La Redota". Além dos filmes "Antes da meia-noite", "O sonho de Wadjda" e "O dia que durou 21 anos". As salas de cinema da Casa de Cultura funcionam de terça-feira até domingo, os preços são: terça e quarta-feira R$8,00, de sexta-feira até domingo R$ 10,00 e quinta-feira apenas R$5,00 o ingresso. Para mais informações sobre os filmes e horários das sessões você pode consultar o site:  www.ccmq.com.br. Também está ocorrendo na Casa de Cultura a exposição "A arte do grafite e o grafite da moda", que ficará neste espaço até o dia oito de agosto. 
No Museu Julio de Castilho ocorre a Exposição "Ares de um Novo Estilo", que conta um pouco da história do uso dos leques ao longo do tempo. No Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, está ocorrendo a exposição de charges "Tradição, Folclore e Humor" até o dia quatro de agosto. Todas estas exposições têm entrada gratuita, museus geralmente funcionam de terça-feira a domingo em horário comercial. 
Uma sugestão que se destaca é a nossa exposição "Temporânea", que está a partir de hoje no Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, localizado no Bairro Cidade Baixa. Além de conhecer nossa exposição, esta é uma boa oportunidade de conhecer o Museu de Porto Alegre, localizado em um belo casarão do século XIX. Enfim, não faltam boas sugestões para curtir o friozinho em Porto Alegre, é só se encher de coragem e sair para a rua!
Postamos algumas fotos de Porto Alegre para servirem de inspiração para os mais preguiçosos. 

 











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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Exposição Temporânea

Semana que vêm iremos novamente realizar o transporte de mudança da exposição Temporânea. Atualmente, nossa exposição  encontra-se no Arquivo Público do Estado, localizado na Rua Riachuelo número 1031. A partir do dia 22 de julho ela passará a ocupar um espaço no Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, localizado na Rua João Alfredo, número 582. A Temporânea ficará no Museu de Porto Alegre por dois meses, ou seja, estaremos lá até dia 22 de setembro. Esta é uma excelente dica para as férias de julho: visitar museus a outros espaços de memória localizados em Porto Alegre.Visitando os espaços que abrigam a Exposição Temporânea, por exemplo, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o Centro Histórico de Porto Alegre a partir de uma forma de apresentação bastante inovadora. Com a Temporânea, se pensou em dar visibilidade aos processos de recuperação de territórios em Porto Alegre, tendo como foco a revitalização do Centro Histórico. A mostra apresenta uma narrativa hipertextual - com vídeos, grafite, fotografias, textos históricos, poesias, crônicas, letras de músicas, reproduções pictóricas – dividida em 04 eixos: Cidade Antiga, Cidade Contemporânea, Cidade do Futuro e Coração da Cidade, demonstrando os encontros e desencontros das diferentes temporalidades da cidade. A exposição busca ressaltar a importância da preservação e valorização do patrimônio urbano, despertando laços de pertencimento e identificação na comunidade, incentivando, dessa forma, a ocupação dos espaços públicos e a participação efetiva na construção da cidade. Fica a dica então para as próximas semanas de férias escolares: visite a Exposição Temporânea no Arquivo público do Estado ou, a partir da semana que vêm, no Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo. 

 A baixo postamos algumas imagens utilizadas na nossa Exposição:













segunda-feira, 8 de julho de 2013

Um pouco da história do Mercado Público...



 Na noite deste último sábado uma quase tragédia ocorreu no Centro de Porto Alegre. O quarto incêndio que atingiu ao Mercado Público ao longo de sua história está sendo definido aqui neste texto como "quase tragédia", pois o Mercado Público resistiu em sua maior parte e o que foi destruído será reconstruido. O fato é que este prédio faz parte da história da cidade e representa muito para a memória dos porto-alegrenses, perdê-lo configuraria uma grande tragédia para a cidade.  A história do Mercado Público inicia ainda na primeira metade do século XIX, a partir da década de 1840 a pequena cidade de Porto Alegre passa a receber prédios urbanos que demonstravam o seu crescimento. Um destes prédios foi o primeiro Mercado Público de Porto Alegre, construído em 1842, no espaço em que hoje se localiza o Chalé da Praça XV. Em pouco mais de vinte anos, em 1869, o acelerado processo de urbanização da cidade levou a construção de um novo Mercado. Uma história interessante do Mercado Público, e que se mistura com a história do transporte público da cidade,  é que junto com a sua construção surgiram os “mascates”, comerciantes que se abasteciam nos armazéns do Mercado e revendiam as mercadorias nos arrabaldes. Na volta para a “cidade” traziam como “caronas” moradores locais. Dando origem, portanto, a um improvisado sistema de transporte público em Porto Alegre. No ano de 1912 iniciou-se a construção do segundo andar do mercado, o objetivo era abrigar neste espaço escritórios e órgãos da administração pública. Foi durante estas obras, concluídas em 1913, que ocorreu o primeiro incêndio do Mercado. Neste momento foram atingidas pelo fogo algumas tendas que vendiam produtos no seu pátio interno. Outros dois incêndios ocorreram, respectivamente nos anos de 1973 e 1979. O Mercado sempre resistiu a estes infortúnios e desta vez não será diferente.  Temos certeza que em pouco tempo veremos novamente seus portões abertos para receber boa parte da vida da cidade, que acontece entre suas bancas de frutas, de peixes, de doces, por entre seus bares, restaurantes e padarias. Estes são nossos votos para este prédio tão querido pelos porto-alegrenses, que ele se recupere o mais rápido possível para voltar a receber os nossos cidadãos.



             Foto do Mercado Público que faz parte de nossa exposição "Memórias Sobrepostas".




terça-feira, 2 de julho de 2013

Graspa no cafezinho

Já falamos aqui sobre o Senhor Celso Gonzaga, ele trabalhou na Cia. Carris entre os anos de 1967 e 1971. Seu pai, o Senhor Luiz Gonzaga Porto, foi funcionário da Carris por trinta e dois anos, ou seja, uma vida de trabalho dedicada a Companhia. O Senhor Celso cresceu visitando as garagens da Carris na Avenida João Pessoa e, mais tarde, trabalhou na nova sede na Rua Albion. No ano de 2002 a Cia. Carris lançou um concurso para comemorar os 130 anos da instituição. O nome do concurso foi "Relatos da História da Carris", para concorrer era necessário inscrever crônicas que falassem sobre os temas bonde ou Carris. O Senhor Celso resolveu aproveitar as suas lembranças de infância e juventude e inscreveu três crônicas contando as suas memórias. Infelizmente, naquele momento, as crônicas do Senhor Celso não foram selecionadas. Agora, entretanto, escolhemos algumas destas crônicas para serem publicadas em nosso blog. Hoje iremos transcrever trechos do texto intitulado: "Graspa no cafezinho", bem no clima do friozinho que está fazendo hoje: 
"Graspa no cafezinho"

"Sendo admitido em março de 1967, trabalhei por quatro anos na Companhia Carris Porto-Alegrense, quando a sua sede ainda era ali, na av. João Pessoa, número 325. Como Técnico Industrial em Máquinas e Motores, desenvolvi atividades de assessor do Engenheiro Chefe da Divisão de Mecânica e Elétrica até a extinção dos bondes em março de 1970. Depois passei ao setor de ônibus até a minha saída da empresa em 1971. (...) um fato de destaque que vem a memória, se relaciona com o inverno daquela época. O frio era de respeito e o minuano era rigoroso, daquele que mesmo se estando cheio de roupas, parecia que ele atravessava tudo e inclusive o próprio corpo, gelando até os ossos. O prédio onde estavam instaladas as oficinas era aberto, e por isso, vulnerável a circulação do frio nas suas dependências. Durante o expediente era normal que eu circulasse em todos os setores fazendo uma supervisão a tudo que se estava fazendo, até para uma eventual orientação técnica em alguma operação. Tínhamos naquele tempo, o horário sagrado de quinze minutos para o cafezinho. Pela manhã, das 9 horas às 9h 15min. À tarde, das 15h às 15h 15min. A sirene soava e tudo parava. Ao novo toque, quinze minutos depois, o silêncio era quebrado e tudo voltava à atividade normal. A minha mesa de trabalho era na sala de um veterano e respeitado funcionário da casa, seu Eugênio. De muito valeram nossas conversas em que ele abertamente falava de sua experiência. Ao primeiro toque da sirene, anunciando o intervalo, seu Eugênio sentava à sua mesa e seu cafezinho era imediatamente servido pelo Rosa, ex-jogador do E. C. Nacional na década de cinquenta, e que na Carris tinha a função de contínuo no escritório das oficinas, realizando os serviços gerais. Ao som da segunda sirene, seu Eugênio levantava automaticamente, batia a mão espalmada sobre a mesa, e pronunciava a célebre frase: 'Vamos pegar no pesado'. Dito isso, saía com as mãos para trás, a circular pelas oficinas, supervisionando a atividade de cada funcionário. Mas o horário de cafezinho, naqueles invernos rigorosos, tinha um aspecto especial. Eustáquio, escriturário no escritório das oficinas era um moço magrinho, sempre disposto e muito divertido. Não se sabe de onde, ele conseguia uma graspa muito forte, daquela que se toma pura, começava a queimar a garganta, continuava pelo esôfago e terminava queimando o estômago. Para quem não conhece, a graspa é uma aguardente obtida pela destilação dos bagaços de uva após a fermentação. E quem já provou cachaça pura, coloque um pouco mais de fortidão em cima dela para imaginar a graspa. No horário do intervalo, enquanto o Rosa servia o cafezinho bem quentinho, o Eustáquio passava com uma garrafinha de Pepsi-Cola, e pingava uma gota de graspa nas xícaras. Lembro de um, pelo menos, que não misturava a graspa no café que era o Rosa, pois não fumava e nem bebia de jeito nenhum. Mas nós que aceitávamos a oferta do Eustáquio retornávamos do intervalo suando, mesmo que a temperatura estivesse zero graus ou até menos. A aquecida no corpo ajudava a vencer o frio que se espalhava naquele descampado que eram as oficinas. E olhe que a dose era pequena. Qualquer exame de teor alcoólico eventual, certamente não acusaria presença de álcool no organismo. Era uma dose "homeopática" de graspa muito pequena, mas seu efeito, era muito grande. Os invernos de hoje já não são tão rigorosos como os daqueles tempos. Certamente não muito mais que um cafezinho bem quente, é suficiente para abrandar o frio. A graspa fica de desculpa para aqueles mais 'curtidos',  e que aproveitam a hora para uma dosagem não de gota, mas meio a meio. Naquela época a graspa tinha uma função inocente.  

Em tempos politicamente corretos, não podemos indicar a experiência de seu Celso como dica para espantar o frio. Em todo caso, fica o registro curioso de como o inverno era encarado em outros tempos.

 Foto do Senhor Luiz Gonzaga Porto, pai do Senhor Celso.