terça-feira, 30 de junho de 2015

110 anos do nascimento de Antonio Caringi Filho

Neste ano estamos comemorando os 110 anos de nascimento do artista Antonio Caringi Filho. Natural de Pelotas, este foi um dos maiores escultores do Rio Grande do Sul. É possível que muitos de nossos amigos não conheçam o seu nome, a sua obra entretanto, é conhecida por todos os moradores de nossa cidade. Antonio Caringi Filho foi o artista responsável pela escultura de Bento Gonçalves (que encontra-se na avenida João Pessoa) e pelo Laçador, escultura que é um dos símbolos do Rio Grande do Sul. Nosso amigo Carlos Roberto Saraiva Costa Leite, que já colaborou conosco em outras ocasiões, escreveu um belo texto falando sobre a vida e as obras produzidas por este artista. Postamos o texto a baixo para que nossos leitores possam conhecer mais sobre este importante artista plástico. 


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Como era Porto Alegre antes da Carris

Com o objetivo de entendermos como era a nossa cidade antes do surgimento da Cia. Carris, usaremos como fonte um  capítulo do livro "Memória Carris: crônicas de uma história partilhada com Porto Alegre", de 1992. Trata-se do primeiro capítulo do livro, em que são feitas observações sobre a cidade após a Guerra dos Farrapos, quando acelera-se o processo de sua urbanização.
O texto inicia falando sobre os cinco anos antes do começo da guerra (período entre 1830 e 1835). Neste momento houve um aumento do comércio da cidade, o que é associado à chegada de imigrantes vindos da Alemanha, oriundos de uma tradição mais urbana. Também é citada a construção do muro que delimitava os limites físicos da cidade de Porto Alegre. Este muro foi construído com o objetivo de proteger a cidade durante a guerra que já se ensaiava.  
Afirma-se que os constantes bombardeios dos Farroupilhas durante a guerra fizeram com que muitos moradores da cidade se estabelecessem em chácaras distantes. Estas teriam sido os embriões dos arraiais (futuros bairros), e que se situavam, normalmente, em torno de capelas ou postos de gado. Sobre o aspecto e a vida na cidade neste período é dito: 

"(...) Porto Alegre era a quarta cidade em população no Brasil. Com 14 mil moradores na área urbana, não possuía encanamento, e os esgotos corriam pelas sarjetas. A iluminação era feita com óleo de tainha, trazido em lombo de mulas da Real Feitoria de Tramandey, atual município de Tramandaí. (...) Possivelmente um quarto da população era escrava. Todos os dias, ás 22 horas, o sino da Câmara Municipal era tocado, anunciando o toque de recolher. Os portões da cidade eram fechados, sendo permitido apenas o trânsito de pessoas com autorização das forças policiais, e de escravos que, vigiados pelos militares, limpavam as ruas (...)". 

Como se pode perceber, um lugar bastante diferente da cidade em que vivemos no início do século XXI.




sexta-feira, 5 de junho de 2015

Nostalgia pelas antigas linhas de bonde de Lisboa...

Como a maioria dos nossos leitores sabem, Lisboa mantém seus "amarelinhos" até hoje circulando pela cidade. Os bondes da Carris de Lisboa são símbolos da cidade, sendo que suas imagens circulam o mundo inteiro como referência ao modo de vida em Lisboa. 
Apesar da presença dos bondes na cidade, também há muita nostalgia entre os amantes lisboetas deste tipo de transporte... Não é a toa que saudades é uma palavra portuguesa! Temos em nosso acervo o livro: "Lisboa, 125 anos sobre carris", escrito por João de Azevedo e publicado no ano de 1998. Nesta publicação, vários capítulos são dedicados ao que já foi no passado mas não é mais no presente, a linguagem do autor é quase sempre poética. Um dos capítulos é dedicado as linhas de bonde que deixaram de existir na cidade. Iremos transcrever um trecho deste capítulo para demonstrar que não são só os porto-alegrenses  que sentem falta de outros tempos, nossos "irmãos" portugueses dividem também esta nostalgia:

"(...) Que é feito daquela Lisboa iluminada por um sol radioso de Verão? Onde está aquela Baixa livre de lixo e de indesejáveis estacionados nos quatro cantos do Rossio? Que saudades da Avenida da Liberdade nas tardes agradáveis de Primavera, com algumas centenas de automóveis, uma dúzia de autocarros e uma fila de elétricos circulando alegremente pelas faixas laterais, com os tróleis "beijando" suavemente a rede aérea, como que contando algum segredo ouvido lá para as bandas do Lumiar, Benfica ou Estrela. Que saudades da paragem do Parque Mayer onde tantas vezes se terão apeado a Beatriz Costa, o Estevão Amarante e a Mirita Casimiro, apressados para entrarem em cena nos vários teatros. Que triste ficou Sete-Rios sem o chiar dos "amarelos" da linha 1 que nas tardes de domingo levavam famílias inteiras ao Jardim Zoológico ou ao Parque Silva Porto. Quantas e quantas pessoas não terão descido do 2 no Campo Grande, então Campo 28 de Maio, para passarem uma tarde agradável nos jardins ou uma noite de fados no "Quebra Bilhas"? Para ir à tourada no Campo Pequeno apanhava-se o 3A nos Restauradores e o moderno e elegante Areeiro também via passar os elétricos da linha 8! Bem, para a Feira da Luz apanhávamos o 13, pois claro! Desta época áurea restam os carris semi-enterrados no alcatrão das ruas e avenidas por onde passam agora largas dezenas de autocarros incômodos e poluidores. Restam-nos também as páginas deste capítulo que recorda os trajetos das linhas que disseram adeus a Lisboa! (...)".