sexta-feira, 26 de junho de 2015

Como era Porto Alegre antes da Carris

Com o objetivo de entendermos como era a nossa cidade antes do surgimento da Cia. Carris, usaremos como fonte um  capítulo do livro "Memória Carris: crônicas de uma história partilhada com Porto Alegre", de 1992. Trata-se do primeiro capítulo do livro, em que são feitas observações sobre a cidade após a Guerra dos Farrapos, quando acelera-se o processo de sua urbanização.
O texto inicia falando sobre os cinco anos antes do começo da guerra (período entre 1830 e 1835). Neste momento houve um aumento do comércio da cidade, o que é associado à chegada de imigrantes vindos da Alemanha, oriundos de uma tradição mais urbana. Também é citada a construção do muro que delimitava os limites físicos da cidade de Porto Alegre. Este muro foi construído com o objetivo de proteger a cidade durante a guerra que já se ensaiava.  
Afirma-se que os constantes bombardeios dos Farroupilhas durante a guerra fizeram com que muitos moradores da cidade se estabelecessem em chácaras distantes. Estas teriam sido os embriões dos arraiais (futuros bairros), e que se situavam, normalmente, em torno de capelas ou postos de gado. Sobre o aspecto e a vida na cidade neste período é dito: 

"(...) Porto Alegre era a quarta cidade em população no Brasil. Com 14 mil moradores na área urbana, não possuía encanamento, e os esgotos corriam pelas sarjetas. A iluminação era feita com óleo de tainha, trazido em lombo de mulas da Real Feitoria de Tramandey, atual município de Tramandaí. (...) Possivelmente um quarto da população era escrava. Todos os dias, ás 22 horas, o sino da Câmara Municipal era tocado, anunciando o toque de recolher. Os portões da cidade eram fechados, sendo permitido apenas o trânsito de pessoas com autorização das forças policiais, e de escravos que, vigiados pelos militares, limpavam as ruas (...)". 

Como se pode perceber, um lugar bastante diferente da cidade em que vivemos no início do século XXI.




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