sexta-feira, 5 de junho de 2015

Nostalgia pelas antigas linhas de bonde de Lisboa...

Como a maioria dos nossos leitores sabem, Lisboa mantém seus "amarelinhos" até hoje circulando pela cidade. Os bondes da Carris de Lisboa são símbolos da cidade, sendo que suas imagens circulam o mundo inteiro como referência ao modo de vida em Lisboa. 
Apesar da presença dos bondes na cidade, também há muita nostalgia entre os amantes lisboetas deste tipo de transporte... Não é a toa que saudades é uma palavra portuguesa! Temos em nosso acervo o livro: "Lisboa, 125 anos sobre carris", escrito por João de Azevedo e publicado no ano de 1998. Nesta publicação, vários capítulos são dedicados ao que já foi no passado mas não é mais no presente, a linguagem do autor é quase sempre poética. Um dos capítulos é dedicado as linhas de bonde que deixaram de existir na cidade. Iremos transcrever um trecho deste capítulo para demonstrar que não são só os porto-alegrenses  que sentem falta de outros tempos, nossos "irmãos" portugueses dividem também esta nostalgia:

"(...) Que é feito daquela Lisboa iluminada por um sol radioso de Verão? Onde está aquela Baixa livre de lixo e de indesejáveis estacionados nos quatro cantos do Rossio? Que saudades da Avenida da Liberdade nas tardes agradáveis de Primavera, com algumas centenas de automóveis, uma dúzia de autocarros e uma fila de elétricos circulando alegremente pelas faixas laterais, com os tróleis "beijando" suavemente a rede aérea, como que contando algum segredo ouvido lá para as bandas do Lumiar, Benfica ou Estrela. Que saudades da paragem do Parque Mayer onde tantas vezes se terão apeado a Beatriz Costa, o Estevão Amarante e a Mirita Casimiro, apressados para entrarem em cena nos vários teatros. Que triste ficou Sete-Rios sem o chiar dos "amarelos" da linha 1 que nas tardes de domingo levavam famílias inteiras ao Jardim Zoológico ou ao Parque Silva Porto. Quantas e quantas pessoas não terão descido do 2 no Campo Grande, então Campo 28 de Maio, para passarem uma tarde agradável nos jardins ou uma noite de fados no "Quebra Bilhas"? Para ir à tourada no Campo Pequeno apanhava-se o 3A nos Restauradores e o moderno e elegante Areeiro também via passar os elétricos da linha 8! Bem, para a Feira da Luz apanhávamos o 13, pois claro! Desta época áurea restam os carris semi-enterrados no alcatrão das ruas e avenidas por onde passam agora largas dezenas de autocarros incômodos e poluidores. Restam-nos também as páginas deste capítulo que recorda os trajetos das linhas que disseram adeus a Lisboa! (...)". 





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